“Durante todo o tempo em que aqui viveu, Jesus amou a todos, Jesus os amou até o fim”.
João 13.1.b
Leitura do dia
João 13 a 15
A ternura de Jesus
Estamos diante da narrativa sobre os momentos que antecedem a prisão de Jesus. Nos Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), o estabelecimento da Ceia é detalhada, mas João prefere destacar o momento em que o Mestre lava os pés dos seus companheiros. Assim eles os via. Talvez por isso, o evangelista João, diferentemente dos outros, não use a palavra “apóstolos”. Eram amigos, muito mais que enviados.
Toda a ternura de Jesus, demonstrada em atos concretos como o do lava-pés, continua evidenciada por sua mensagem sobre o caminho para o céu, aberto por Ele. Ao partir desse mundo, não deixou sós os seus seguidores, porque deixou o Espírito Santo para continuar a grande salvação. O Filho e o Espírito Santo deixam claro o que querem de nós: que sejamos os galhos vivos da grande árvore da vida, que é Jesus.
Reflexão do dia
Lavar pés
Jesus lavou os pés dos seus discípulos, exatamente como os escravos lavavam os pés dos seus senhores.
Uma fotografia daquele momento levaria imediatamente à sua identificação como um escravo, embora ele fosse o senhor. Na verdade, o Senhor.
Chegados da rua, em lugar de água escassa, os homens lavavam as suas mãos, tiravam parte de suas roupas de rua e lavavam os pés: aqueles que podiam (e alguns podiam) tinham-nos lavados por seus escravos. (O gesto permaneceu: os escravos modernos davam banho em seus patrões…)
A toalha na cintura era o uniforme dos escravos no momento de lavar os pés dos seus senhores.
Jesus lavou os pés dos discípulos porque os considerava como superiores a si mesmo.
Jesus lavou os pés dos discípulos porque não há tarefas menores na vida, quando feitas com amor.
Jesus lavou os pés dos discípulos porque honroso é servir, não ser servido.
Na atitude oposta, queremos, como Pedro, ter os nossos pés lavados.
Embora em nossa cultura não lavamos os pés, mas tomamos banho, devemos ter a toalha na cintura e o corpo inclinado (às vezes, ajoelhado) como símbolo de como vemos e consideramos o nosso próximo.
A toalha na cintura deve ser o uniforme do cristão.
Portanto, reunidos, o Mestre e os aprendizes, Jesus tomou a decisão de lhes lavar os pés, coisa própria para escravos.
Seu fim estava próximo e seria precipitado, se fosse traído.
E ele sabia que o traidor estava ali ao seu lado.
Assim mesmo, lavou-lhe os pés.
Era uma oportunidade que lhe dava para sair da rota da traição.
Como um escravo, toalha na cintura, foi tirando o pó encalacrado naqueles pés duros.
Agora, podiam todos tomar a Ceia, todos menos um, o traidor.
Jesus, o Mestre, tinha um foco na vida. Não era um traidor que o desviaria.
Temos um foco? Não pode ser uma adversidade que nos desvie.
Jesus, o mestre, lavou os pés dos seus discípulos.
E pede que façamos o mesmo, como se fôssemos escravos uns dos outros, até dos muitos judas que nos cercam.
Jesus agiu como agiu porque não era deste mundo.
Nosso problema é que nós somos deste mundo e gostamos, embora o Mestre tenha dito que não devíamos viver como se fôssemos deste mundo.
De que mundo nós somos?
Pensamento do dia
“A aritmética mais difícil de dominar é aquela que nos capacita a contar nossas bênçãos”. (Eric Hoffer, 1902-1983)
Oração do dia
“Ó Deus, eis o meu pedido final:
Investiga o que tenho feito,
Até aquilo a que ninguém tem acesso.
Quero ter teu selo de aprovação
Em tudo o que penso e faço.
Se em mim houver algo errado,
Corrija-me, essa é a minha oração,
Porque uma coisa apenas quero:
Ser tão somente por ti guiado
Pelo caminho que me dizes ser o certo,
Até nos encontrarmos na eternidade”. (Salmo 139.23-24)