“Só vejo tristeza nos seus corações, mas fiquem tranquilos. Eu preciso ir. Eu preciso partir para que o Encorajador venha e fique no meu lugar. Eu mesmo o enviarei a vocês”.
João 16.6-7
Leitura do dia
João 16 a 18
A alegria da cruz
A cruz se aproxima.
Caminhando pelo vale, Jesus pode olhar para os montes de Jerusalém, onde a cruz será montada com o travessão que ele carregaria pelas ruas empedradas da cidade.
Seu coração agora está em paz. Antes, estava ansioso com a perspectiva da morte. Daqui a pouco, quando orar no Getsêmani, estará agitado de novo. Agora, não.
Ele reúne seus discípulos, seus 11 discípulos, porque um (Judas) já estava tramando os detalhes da traição, e ora com eles e por eles. O tempo de ensinar passou. O tempo de curar passou. O tempo de pregar passou. Agora é tempo de orar.
E Jesus faz uma oração, a mais longa das registradas.
Seu tamanho pode nos desviar dela, como acontece com o Salmo 119. Perdemos, se nos desviamos, porque nela Jesus nos revela a inteireza do seu coração, coração apaixonado por sua missão, a missão de nos amar até o fim. Sim, tendo-nos amado, amou-nos até o fim.
A cruz se aproxima.
Perturbado (João 12.27), Jesus refletia sobre o drama da sua missão. Em paz agora, entrega sua vida nas mãos do Pai.
Ele está em paz porque, como o apóstolo Paulo diria, anos depois, combateu o bom combate (2Timóteo 4.7), glorificando ao Pai em tudo o que fez. Chegou a hora de completar sua missão e sua missão exigia o sacrifício final, o sacrifício de sua própria vida.
Jesus pede que o Pai o glorifique. Todos oramos assim. Em nosso pedido, ser glorificado implica em ser atendido. A glória de Jesus era outra. Primeiramente, sua glória era a cruz.
A bondade de Jesus encontra seu ápice na oração que faz por seus seguidores, incluindo-nos também (João 17).
Reflexão do dia
Escutar
Escutemos Jesus.
Imaginemo-nos, talvez, no Jardim das Oliveiras, assentados numa pedra, tendo o Templo de Jerusalém ao fundo, enquanto Jesus nos fala:
— Vocês me procurarão e não me acharão. Será grande a tristeza de vocês, mas fiquem tranquilos. Depois da tristeza, virá a alegria.
(João 16.20)
Precisamos escutar que, no mundo, teremos aflições (João 16.33), mas que as aflições não são o último capítulo de nossas biografias.
Precisamos escutar que pessoas com os valores deste mundo encontrarão prazer em nossa desgraça, seja um tropeço, seja uma enfermidade. Enquanto Jesus agonizava na cruz, os soldados não se divertiam? No fim, porém, não reconheceram que ele era mesmo o Filho de Deus?
Precisamos escutar que plantaremos com lágrimas, mas colheremos com alegrias (Salmo 126.5). Choraremos pelos nossos queridos em quem semeamos o amor; embora prefiram outros prazeres, ainda os veremos ajoelhados diante do Pai. Por que desanimar de amá-los e de orar por eles?
Precisamos escutar que a alegria passageira não é alegria. Estamos a caminho da preciosa alegria, que sorveremos no céu. A de agora, por mais intensa que seja, não passa de uma simples gotinha, que pinga da alegria completa e escancarada que experimentaremos quando estivermos face a face com Jesus.
Pensamento do dia
“O Deus sábio o suficiente para criar a mim e o mundo em que vivo é sábio o suficiente para cuidar de mim”. (Philip Yancey, 1949-*)
Oração do dia
“Ao Deus Eterno levanto a minha voz
E minhas súplicas apresento.
Minha queixa lhe proponho.
Minha angústia lhe exponho”. (Salmo 142.1-2)