DIA 38

“Durante todo o tempo em que aqui viveu, Jesus amou a todos, Jesus os amou até o fim”.

João 13.1.b


Leitura do dia

João 13 a 15

A ternura de Jesus

Estamos diante da narrativa sobre os momentos que antecedem a prisão de Jesus. Nos Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), o estabelecimento da Ceia é detalhada, mas João prefere destacar o momento em que o Mestre lava os pés dos seus companheiros. Assim eles os via. Talvez por isso, o evangelista João, diferentemente dos outros, não use a palavra “apóstolos”. Eram amigos, muito mais que enviados.

Toda a ternura de Jesus, demonstrada em atos concretos como o do lava-pés, continua evidenciada por sua mensagem sobre o caminho para o céu, aberto por Ele. Ao partir desse mundo, não deixou sós os seus seguidores, porque deixou o Espírito Santo para continuar a grande salvação. O Filho e o Espírito Santo deixam claro o que querem de nós: que sejamos os galhos vivos da grande árvore da vida, que é Jesus.


Reflexão do dia

Lavar pés

Jesus lavou os pés dos seus discípulos, exatamente como os escravos lavavam os pés dos seus senhores.

Uma fotografia daquele momento levaria imediatamente à sua identificação como um escravo, embora ele fosse o senhor. Na verdade, o Senhor.

Chegados da rua, em lugar de água escassa, os homens lavavam as suas mãos, tiravam parte de suas roupas de rua e lavavam os pés: aqueles que podiam (e alguns podiam) tinham-nos lavados por seus escravos. (O gesto permaneceu: os escravos modernos davam banho em seus patrões…)

A toalha na cintura era o uniforme dos escravos no momento de lavar os pés dos seus senhores.

Jesus lavou os pés dos discípulos porque os considerava como superiores a si mesmo.

Jesus lavou os pés dos discípulos porque não há tarefas menores na vida, quando feitas com amor.

Jesus lavou os pés dos discípulos porque honroso é servir, não ser servido.

Na atitude oposta, queremos, como Pedro, ter os nossos pés lavados.

Embora em nossa cultura não lavamos os pés, mas tomamos banho, devemos ter a toalha na cintura e o corpo inclinado (às vezes, ajoelhado) como símbolo de como vemos e consideramos o nosso próximo.

A toalha na cintura deve ser o uniforme do cristão.

Portanto, reunidos, o Mestre e os aprendizes, Jesus tomou a decisão de lhes lavar os pés, coisa própria para escravos.

Seu fim estava próximo e seria precipitado, se fosse traído.

E ele sabia que o traidor estava ali ao seu lado.

Assim mesmo, lavou-lhe os pés.

Era uma oportunidade que lhe dava para sair da rota da traição.

Como um escravo, toalha na cintura, foi tirando o pó encalacrado naqueles pés duros.

Agora, podiam todos tomar a Ceia, todos menos um, o traidor.

Jesus, o Mestre, tinha um foco na vida. Não era um traidor que o desviaria.

Temos um foco? Não pode ser uma adversidade que nos desvie.

Jesus, o mestre, lavou os pés dos seus discípulos.

E pede que façamos o mesmo, como se fôssemos escravos uns dos outros, até dos muitos judas que nos cercam.

Jesus agiu como agiu porque não era deste mundo.

Nosso problema é que nós somos deste mundo e gostamos, embora o Mestre tenha dito que não devíamos viver como se fôssemos deste mundo.

De que mundo nós somos?


Pensamento do dia

“A aritmética mais difícil de dominar é aquela que nos capacita a contar nossas bênçãos”. (Eric Hoffer, 1902-1983)


Oração do dia

“Ó Deus, eis o meu pedido final:

Investiga o que tenho feito,

Até aquilo a que ninguém tem acesso.

Quero ter teu selo de aprovação

Em tudo o que penso e faço.

Se em mim houver algo errado,

Corrija-me, essa é a minha oração,

Porque uma coisa apenas quero:

Ser tão somente por ti guiado

Pelo caminho que me dizes ser o certo,

Até nos encontrarmos na eternidade”. (Salmo 139.23-24)

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